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Ministro da Educação afirma que muitos brasileiros não têm disciplina para fazer avaliações a distância sem 'colar'

28/08/2020 | Por: Folha de S.Paulo | 4761
Foto: Reprodução/ Folha de S.Paulo

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta sexta-feira (28) que a educação pós-pandemia vai sofrer influência do ensino á distância. No entanto, o titular do MEC defende que as avaliações sejam presenciais porque muitos brasileiros tendem a colar, quando não há fiscalização.

Ribeiro participou na manhã desta sexta-feira de evento virtual da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior).

"Creio que o ensino depois dessa pandemia vai sofrer uma influência muito grande da EAD, o ensino a distância. Talvez, como dizem os especialistas, tenhamos aí algo híbrido em um futuro não muito distante", disse o ministro.

Em seguida, Ribeiro afirmou que tem uma "dificuldade" com o EAD por conta da questão das avaliações a distância.

"Eu acho que esse é um assunto que a gente precisava debater [a questão da avaliação a distância]. Com todo o respeito que tenho aos brasileiros, eu sou brasileiro, mas eu não creio que todos tenham essa disciplina de fazer uma prova sozinho, em casa, com todas as condições pra poder, eventualmente, em um momento de necessidade, até burlar a questão do cuidado, colar, como diz a moçada", disse.

Milton Ribeiro então argumentou que as avaliações presenciais, para os cursos a distância, seriam uma forma de dar credibilidade para esse sistema de ensino.

Questionado sobre o retorno às aulas presenciais, o ministro disse que ainda não há resposta para essa questão nem no Brasil e nem no exterior. Ribeiro destacou que o Brasil é um país continental e por isso não há como "uniformizar" a retomada das atividades de ensino.

O ministro da Educação também afirmou que não cabe ao MEC essa decisão, mas sim aos prefeitos e governadores. O ministério poderia contribuir com propostas, mas não tem o poder de determinar essas questões.

Ribeiro ressaltou, no entanto, a elaboração de um protocolo de biossegurança pelo MEC, divulgado antes do início de sua gestão, além de um parecer do CNE (Conselho Nacional de Educação), com diretrizes e recomendações para a retomada das atividades presenciais.

"O retorno às aulas depende da avaliação do gestor regional e, sobretudo, dos pais, quando se trata de crianças", disse Ribeiro.

Ribeiro também disse esperar um retorno à normalidade, após a pandemia do novo coronavírus no máximo em 2021, mas ressaltou que falava como cidadão e não como o titular da pasta.

"Saindo da cadeira do ministro, eu não acredito que seja assim [que a situação atual se mantenha por muito tempo]. Eu acho que vamos ter condições, e aqui invoco a ajuda de Deus, que Deus nos dê uma solução, que no mais tardar início de 2021 a gente volta a uma certa normalidade", disse.

Milton Ribeiro também disse que em sua gestão não haverá lugar para radicalismos, "nem de direita e nem de esquerda".

Ao término do evento, anunciou que vai abrir em setembro 50 mil vagas remanescentes para o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e outras 90 mil para o programa de bolsas de estudo ProUni.


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