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Metacognição é coisa de criança

Ronaldo Mota

Diretor-Secretário da Academia Brasileira de Educação e Professor Titular de Física aposentado da Universidade Federal de Santa Maria

08/08/2019 04:42:14

Ronaldo Mota
Diretor Científico da Digital Pages e membro da Academia Brasileira de Educação
***  

Não há uma definição simples para metacognição. O prefixo grego “meta” induz que metacognição deva ir além da cognição ou tratar-se de reflexão sobre ela. Cognição, por sua vez, está associada, de maneira simplificada, ao processo de aquisição de conhecimento, baseado em um conjunto de habilidades mentais, entre elas, a memória.

Talvez pelo aspecto transcendente à cognição, muitos assumam que metacognição é coisa exclusivamente de adulto, gente madura e preparada. Porém, a máxima relevância educacional da metacognição é, surpreendentemente, para crianças e jovens.

As habilidades metacognitivas do aprendiz, em qualquer idade, incluem estimular a reflexão sobre a própria aprendizagem, implicando em autorreflexão e atividades, incluindo lúdicas, em equipe.  A prática de entender o outro, desde criança, promove a aprendizagem colaborativa, indispensável em um cenário de aprendizagem permanente ao longo da vida. Na fase pré-escolar, a família e o entorno social desempenham papel primordial. Consequentemente, em contextos em que a escolaridade dos pais torna difícil essa tarefa, políticas públicas específicas são imprescindíveis.

James Heckman, no ano 2.000, foi contemplado com o Prêmio Nobel por evidenciar a relação entre desigualdade social e o estímulo educacional a crianças de zero a cinco anos. Segundo Heckman, há forte correlação entre a criança adequadamente estimulada nessa fase e seu posterior desempenho escolar, sucesso profissional e menor envolvimento em crimes. Em outras palavras, quanto mais as crianças, de todas as classes sociais, adquirem as competências, tanto cognitivas como metacognitivas, menor tendem a ser as desigualdades sociais entre elas no futuro.  

Lev Vygotsky (1896-1934) tratou dos processos de controle na aquisição do conhecimento que podem ser considerados precursores daquilo que vem a ser conhecido, atualmente, como metacognição. Particularmente, naquilo que ele denominava Zona de Desenvolvimento Proximal, a fronteira entre o conhecimento que o aprendiz pode atingir de forma independente e aquele que demanda a orientação de um orientador que interfere diretamente no processo. Assim, de forma programada, o docente ou os pais assumem a responsabilidade dos processos cognitivos até que as crianças ou os jovens se sintam, progressivamente, suficiente confortáveis em tomarem para si a gestão de suas próprias aprendizagens.

Na década de 1970, o psicólogo John Flavvel e outros pesquisadores retomaram de forma mais intensa esse debate, agora à luz da metacognição, a qual descreviam como sendo “o conhecimento acerca do próprio processo cognitivo”, ou, em outras palavras, “o aprender a aprender”. Posteriormente, o conceito foi ampliado para referir-se à consciência do educando acerca de seu conhecimento, incluindo suas convicções e a percepção de áreas a serem desenvolvidas. Nesse contexto, contemplando, especialmente, a sua habilidade de refletir sobre o planejamento, o gerenciamento, a avaliação e a definição consciente dos rumos da própria aprendizagem.

Inspirado pelos pensamentos de Vigotsky e Flavvel, David Perkins, na década de 1990, tratou do tema central do reconhecimento das quatro etapas da consciência do aprendiz sobre sua própria aprendizagem.

Aprendizes tácitos estariam associados a primeira etapa, quando eles ainda não têm consciência plena de desenvolvimentos metacognitivos, estando dispensados de pensar sobre uma estratégia particular de aprendizagem. Caracterizando-se esta etapa por estímulos aos desenvolvimentos baseados em espontaneidades intuitivas, incluindo atividades domésticas, leituras, brinquedos, desenhos etc.

Aprendizes conscientes diriam respeito à segunda etapa, quando já são capazes de generalizar ideias, explorar evidências, mesmo quando esses pensamentos ainda não são totalmente deliberados ou planejados.

Educandos estratégicos corresponderiam à terceira etapa, na qual eles já conseguem organizar conscientemente seus pensamentos, via solução de problemas, fazendo uso de classificações, evidências e tomadas de decisões. 

Por fim, temos a última etapa, educandos reflexivos, aptos não só a refletirem sobre a própria aprendizagem enquanto ela se desenvolve, mas capazes de, à luz do sucesso ou insucesso das estratégias educacionais adotadas, revê-las e adotarem trilhas apropriadas alternativas.

As faixas etárias e os ambientes, escolares ou familiares, permitirão adaptações e ênfases em cada uma dessas etapas, mas a visão da importância de explorar processos metacognitivos é essencial para prepararmos profissionais e cidadãos capazes de enfrentar desafios, quaisquer que eles sejam. 

Se o século passado demandava domínio de conteúdos, técnicas e procedimentos, muitos deles baseados em processos cognitivos simples, o mundo contemporâneo privilegia pessoas cujos processos formativos, desde a primeira infância, se vinculem a estimular a capacidade de aprender  a aprender continuamente, coerente com um ambiente de aprendizagem permanente ao longo de toda a vida.

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